Com uma ligação umbilical ao Círculo Cultural Scalabitano, falar do Veto Teatro-Oficina é inevitávelemente falar desta casa de cultura da cidade de Santarém, daí que o texto introdutório deste blog seja retirado do Blog desta casa-mãe das artes desta cidade.
"Há 110 anos, ou seja, desde 1895, que se faz teatro neste espaço ao qual se atribuiu o nome do actor Taborda. O Teatro Taborda foi fundado por um grupo de amantes e amadores do teatro, em Santarém e, aos poucos, sem pressas, transformaram um picadeiro, ali pré-existente, num espaço para Teatro.
Esta associação produziu, ininterruptamente, espectáculos de teatro musicado, operetas e comédias, alguns das quais com músicas e letras de produção local, outros foram interpretações de peças portuguesas e estrangeiras. Assim, este espaço marcou a formação cultural da cidade de Santarém, a partir de 1895, incentivando músicos, artistas e escritores, para a composição musical para teatro e também para orquestra, a criação teatral, em todas as suas vertentes e, mesmo, a dramaturgia e a poesia.
No Outono de 1969, juntaram-se alguns companheiros com o objectivo de fazer teatro para crianças no Círculo Cultural Scalabitano e, logo no início de 1970, durante três anos, as crianças da cidade foram convidadas a ver teatro todos os domingos de manhã.
Este projecto inicial sofreu uma interrupção, reorganizando-se em 1971 pela iniciativa de sete elementos que pretenderam levar à cena peças de teatro para adultos.
O nome de Veto Teatro Oficina surgiu no final do ano de 1972, após o estudo, atento e demorado do livro notável O Teatro Moderno, de Luís Francisco Rebelo Carlos Oliveira e Gomes Vidal. Em determinado momento do livro, Luís Francisco Rebelo refere-se à relação de Stamislavski com o grande dramaturgo Dantchenko, a qual assentava no direito de veto atribuído a Dantchenko, nas questões literárias, e a Stamislavski, nas questões artísticas.
Num regime que cerceava as mais importantes liberdades e direitos individuais, também esses jovens amadores de teatro quiseram demonstrar o seu desejo ao direito de veto, admitindo-o como nome do seu grupo: Veto Teatro Oficina.Assim organizados e baptizados, estrearam o seu primeiro espectáculo no dia 5 de Julho de 1973, com a seguinte distribuição de responsabilidades:
Direcção e encenação: José Ramos
Cenários e caracterização: Carlos Oliveira
Sonoplastia: Manuel Batalha
Luminotécnia: Helder Santos
Contra-Regra: Nuno Domingos
Recolha de textos e relações públicas: Gomes Vidal
Adereços e confecção de costumes: Maria João
Decorrido algum tempo, o Veto Teatro Oficina acolheu alguns elementos interessados no teatro infantil e, desde aí, tem vindo a produzir, ininterruptamente, espectáculos teatrais quer para crianças quer para adultos.
Em 1974, foi um dos grupos fundadores da APTA (Associação Portuguesa de Teatro Amador e da ARSTA (Associação Regional de Santarém do Teatro Amador).
Além das representações que realiza na sua sede, palco do Teatro Taborda, mantém o espírito itinerante através de frequentes espectáculos por todo o país, incluindo em Festivais de Teatro.
Nas deslocações ao estrangeiro representou em Nova York (E.U.A.); em Tauton (Reino Unido), integrando o projecto Triângulo liderado pela C. M. Santarém; Estrasburgo, a convite do Parlamento Europeu, Espanha, Finlândia, Brasil, por ocasião das comemorações dos 500 anos do Descobrimento e República Checa.
O Veto faz parte, ainda, da ATA (Associação Internacional de Teatro Amador), tendo os elementos do grupo frequentado diversos cursos de teatro na Irlanda, Hungria, Finlândia, Polónia e Brasil.
*Este texto foi retirado d'aqui
domingo, 3 de fevereiro de 2008
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